Notícias Automotivas - Carros - Análise de estilo: Nova S10

Finalmente, após uma série de reestilizações, a Chevrolet S10 mudou completamente. De antigo, apenas o nome consagrado da primeira pick up média produzida no Brasil. E se em 1995 ela encantou a todos com um desenho suave, a Nova S10 lançada há pouco também agrada pelo equilíbrio de suas linhas.
A "grade corporativa" dos Chevrolets está lá. Grande, em formato de um pentagrama (que é bem sutil neste caso), com a barra na cor da carroceria cortando o primeiro terço dela e ostentando a gravata dourada. Faróis de grandes proporções tem o vértice inferior interno com um rebaixo. A descrição em nada difere da frente do Agile ou Cobalt, por exemplo. Mas o resultado… Quanta diferença.

Muitos apontam que a dianteira do Agile deveria estar em um caminhão. Exagero. Na pick up S10 ela já se adequou. Brincadeiras à parte, a dianteira da S10 ficou realmente mais equilibrada. Além de maior, a S10 tem itens que a deixam mais elegante. O primeiro é que apesar de alta, a dianteira não é bruta.
A começar pelo vinco duplo que envolve todo o capô, que faz a transição entre as linhas horizontais e as linhas verticais. Este vinco está presente no Cruze por exemplo. Deixa o desenho mais refinado. Os faróis são grandes, mas ao contrário de Agile e Cobalt por exemplo não trazem nenhuma cavidade abaixo dele que os fazem parecerem ainda maiores.

Ainda em relação aos faróis, quando vistos lateralmente tem o corte menos inclinado e não parecem "pesar" visualmente, como acontece com a dupla citada. O para choque dianteiro é simples, baixo e pronunciado. Não há abertura para captação de ar nele e a parte central recebe um acabamento plástico que sugere um quebra mato. Para ficar com algum detalhe, recebeu os faróis de neblina e uma moldura cromada para eles.
O conjunto como um todo, quando começamos a olhar lateralmente, parece um pouco estreito demais. Ela não é estreita (tem 1,88m de largura), mas como é alta, esta sensação persiste (ela aumentou consideráveis 11cm na altura, indo de 1,71m para 1,82m). A Toyota Hilux também tinha este problema.

A versão mais barata, a SR, também parecia estreita, ao passo que a versão superior, SRV, não, e isso graças às molduras nos para lamas. Hoje mesmo a versão mais simples tem molduras. A própria S10, na versão antiga, tinha o recurso de molduras nos para lamas.
As linhas ascendentes das janelas da S10 dão dinamismo a um estilo de automóvel que quase sempre é bruto. Fazem parte deste dinamismo o vinco inferior das portas e que se liga a vincos na caçamba. A cabine simples tem ganchos de amarração inseridos em um vinco que tem quase o mesmo comprimento da caçamba. Para amarração de carga é um ótimo recurso, mas para o visual não. A cabine dupla, mais usada para passeio, não sofre esta interferência.

Lanternas traseiras retas e grandes, que lembram as da VW Amarok, recebem volumes para que a S10 pareça maior. A tampa traseira tem um vinco que emoldura a maçaneta e traz alguma lembrança da parte inferior da gravata, logotipo da Chevrolet. Para choque cromado e com uma área para apoio para os pés terminam o desenho da pick up mesclando robustez e algum requinte.
Internamente, temos uma mescla de ousadia e tradicionalismo. Se as linhas do painel são retas e o duplo cock pit é apenas uma leve sugestão, os instrumentos em copos quadrados e separados (cuja inspiração veio do Camaro) e controles de ventilação em um grande círculo mostram que modernidade pode sim andar juntas e não serem concorrentes.


A Nova S10 é um bom projeto. Tocado por brasileiros, cabe relembrar; e que será vendida nos quatro cantos do mundo. E olhando por este ponto, lembra muito o Cruze. Assim como o sedã, pareceu um projeto simples, porém bem feito e bem sólido. E tem tudo para continuar na liderança das vendas das pick ups médias.
Por Durval dos Santos Neto


